Dose dupla: Jogos Vorazes

25 de março de 2012

Essa é uma coluna aqui do blog que eu faço raramente, mas como o livro e o filme estão fresquinhos na mente, achei que merecia fazer parte do 'Dose dupla'. 
Ontem foi o dia do primeiro Clube do Livro de Campo Grande e eu estive presente. Adivinha o tema? Você pensou em Jogos Vorazes?! Não podia ser outro... No final do post eu coloco algumas fotos e conto um pouquinho mais. Detalhe: está quase virando dose tripla!

Livro:
Esse é um dos livros que me deixava muito curiosa, mas eu não sabia bem o que esperar. Ouvir e ler muita gente falando bem me empolgou a ler e também criou um certo receio. Parece engraçado (ou não), mas o fato é que eu criei muita expectativa com o livro e posso adiantar: não me decepcionei! Depois de Harry Potter, entre outras séries, eu estava me sentindo um pouco órfã e é normal procurarmos algo para preencher o vazio que fica (substituir jamais).
Para quem ainda não conhece, Jogos Vorazes é o primeiro livro de uma trilogia (o que hoje em dia está virando raridade, já que as séries estão ganhando um número de livros cada vez maiores e algumas que eram apenas trilogia estão sendo ressuscitadas) e parece trazer uma mensagem, ou algumas mensagens, bem interessantes. O cenário é no futuro onde hoje nós temos os Estados Unidos. A Capital comanda os distritos e retira deles o que necessita (cada um é responsável por uma área: agricultura, carvão etc) enquanto a população trabalha muito e vive na miséria. Por conta disso houve um rebelião e o Distrito 13 foi destruído, o que gerou os Jogos Vorazes, que acontecem anualmente para lembrar a população que eles são submissos e que não deveriam tentar novamente. Esses jogos são uma espécie de reality show sangrento em que cada distrito tem que enviar um casal de jovens para lutar em uma arena até a morte e que apenas um pode sobreviver. Também tem muitas outras coisas envolvidas e temos como protagonista Katniss, moradora do Distrito 12 e que se voluntaria no lugar de sua irmã Prim de apenas 12 anos. O seu par que teve o azar de ser sorteado é Peeta e ambos vão passar por muita coisa naquela arena.
O livro conseguiu prender minha atenção, tanto que eu devorei o mais rápido que pude, assim como me emocionou também em alguns momentos, me fez ficar na torcida e também me sentir como parte de tudo. Eles tem uma vida sofrida nos distritos e ela caça ilegalmente para sustentar a família junto com seu amigo Gale. É impossível não refletir sobre coisas da nossa vida, como por exemplo o desperdício de comida: enquanto jogamos tanta coisa fora e outras são tão básicas que nem damos tanto valor, para eles é uma raridade poder comer um pão, por exemplo.
Apesar de já saber muitos spoilers, eu quero ler a continuação o mais rápido possível, assim como estou ansiosa para os próximos filmes, pois parece que tem muita coisa emocionante pela frente. 
Uma das poucas coisas que não gostei é que a autora deixa um pouco a desejar em descrições e tem algumas coisas que não tem muita lógica de acontecer.
Não posso deixar de mencionar que me lembrei muito de um conto em inglês chamado The Lottery (cuja primeira publicação foi em 1948) em que, resumidamente, era tradição da população de um certo local se reunirem todo ano e que uma família seria sorteada e dentro deles um membro para que fosse morto apedrejado. Tem todo um aspecto cultural envolvido, mas como o foco é o livro não entrarei muito em detalhes. Quem achar interessante conhecer, a autora é Shirley Jackson.

Filme:

Aviso: É impossível dar a minha opinião e falar sobre o filme sem ter spoiler, então se você não quiser passar por isso, pule essa parte!
Foi muita ansiedade girando em torno do dia em que poderíamos conferir a adaptação do livro nas telas do cinema. Sem falar na fila, em que se podia ver pessoas de várias idades que saíram correndo desesperados escada rolante acima para escolher seus lugares, e muitas crianças também que ao final ficaram abraçando a tela enquanto os créditos subiam. Por favor, cinemas de todo o Brasil, queiram todos passar a vender ingressos com lugar marcado. Acreditem em mim, isso poderá evitar muitos acidentes futuros. 
Eu assisti o filme duas vezes, legendado e dublado, e isso será raro de ouvir/ler de mim, mas até que não tenho muita coisa para reclamar da dublagem. Lembrando que nada substitui o áudio original. Indo para o conteúdo do filme, é muito bom poder ver com som e imagem tudo que você imaginou enquanto lia. No geral, o filme me agradou bastante: o momento que ela se coloca para ir no lugar da irmã me fez chorar, a parte das roupas pegando fogo ficou muito legal, a amizade dela com a Rue foi muito bonita e a morte dela triste, os momentos com o Peeta foram 'interessantes' e a carinha do Gale enquanto assistia era de dar dó, e o fato do Peeta não perder a perna fez muito mais sentido que no livro, devido a tantos recursos que a Capital tem, inclusive aquelas pomadas mágicas, entre mil outros detalhes. Agora falando das coisas que eu não gostei ou me incomodaram temos: aquela câmera tremendo - tem até motivo para isso em alguns momentos, mas achei que foi demais e algumas pessoas reclamaram de dor de cabeça e que dava agonia olhar para tela, inclusive eu, tem também o fato de que me pareceu terem dado valor e estendido algumas cenas que não tinha tanta necessidade de ficarem longas e a parte da arena e principalmente o final ficou muito corrido - o que deu a impressão de que era tudo muito fácil e acessível, como a parte da água em que se esperava que pelo menos ela passasse um pouco mais de sede -, e eu senti falta também do pãozinho do Distrito 11. Ah, o broche também foi colocado no filme de uma forma estranha. Pode até ser que tenha algum motivo baseado nos próximos, mas para esse chega a ser engraçado, se olhar pelo lado que ele deveria ter dado sorte a Prim e ela com apenas um papelzinho foi a sorteada. Se eu fosse a Katniss ia querer distância dele.
Além do Clube do Livro, provavelmente a dupla será assunto de discussão de várias rodas de amigos e indicação por um tempo, inclusive a minha, que faço questão de falar para todo mundo ler e assistir.

Clube:
Esse primeiro clube contou com a presença da Evellyn, Vivi e Henri e foi logo após a sessão do filme. Nós falamos sobre o livro e o filme ao mesmo tempo e é óbvio que foram feitas comparações entre ambos. Aliás, até Saga Crepúsculo entrou no meio com direito a prós e contras e a Eve defendendo a Bella. Isso porque entramos na questão triângulo amoroso... Quase esqueço: teve brindes!!!!!
Quem for de Campo Grande ou proximidades e quiser participar, o próximo encontro será no dia 07 de abril no West Shopping (horário ainda não definido) e o tema será Meg Cabot.

"Que a sorte esteja sempre a seu favor!"