A rosa da meia-noite

19 de maio de 2014

A Rosa da Meia-Noite



Sinopse: "Atravessando quatro gerações, A Rosa da Meia-Noite percorre desde os reluzentes palácios dos marajás da Índia até as imponentes mansões da Inglaterra, seguindo a trajetória extraordinária de Anahita Chavan, de 1911 até os dias de hoje. No apogeu do Império Britânico, a pequena Anahita, de 11 anos, de origem nobre e família humilde, aproxima-se da geniosa Princesa Indira, com quem estabelece um laço de afeto que nunca mais se romperia. Anahita acompanha sua amiga em uma viagem à Inglaterra pouco tempo antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial. Ela conhece, então, o jovem Donald Astbury, herdeiro de uma deslumbrante propriedade, e sua ardilosa mãe. Oitenta anos depois, Rebecca Bradley é uma jovem atriz norte-americana que tem o mundo a seus pés. Quando a turbulenta relação com seu namorado, igualmente rico e famoso, toma um rumo inesperado, ela fica feliz por saber que o seu próximo papel – uma aristocrata dos anos 1920 – irá levá-la para muito longe dos holofotes: a isolada região de Dartmoor, na Inglaterra. As filmagens começam rapidamente, e a locação é a agora decadente Astbury Hall. Descendente de Anahita, Ari Malik chega ao País sem aviso prévio, a fim de mergulhar na história do passado de sua família. Algo que ele descobre junto com Rebecca começa a trazer à tona segredos obscuros que assombram a dinastia Astbury."

Após me apaixonar por mais um livro da Lucinda Riley, fiquei me perguntado como conseguiria escrever sobre ele, pois nada que eu consiga pensar descreve bem o suficiente as emoções que essa obra me trouxe. Quando li o primeiro livro da autora publicado pela Novo Conceito, "A casa das orquídeas" no dia anterior a minha ida para Bienal de SP em 2012 e me apaixonei perdidamente por ele, não tinha noção que outros livros dela fossem mexer tanto comigo. Acabo sempre me surpreendendo a cada volume. Sei que muitas pessoas se assustam com livros tão grossos - mais de 500 páginas - por diversos motivos, porém o jeito que ela escreve nos envolve de tal maneira que se torna impossível deixar o livro de lado enquanto não acabar (que o digam minhas horas perdidas de sono por uma boa causa).

Os cenários históricos que ela utiliza, as épocas de guerra e também os lugares do oriente que estão sempre presentes me encantam. Acabo sempre conhecendo um pouco mais de uma cultura diferente assim como também a Inglaterra que tanto gosto. Ela consegue misturar o passado com o presente e os alternando, contando as acontecimentos de mais de um ponto de vista de uma forma que nos prende querendo saber como tudo vai se resolver. O presente e o passado se entrelaçam de tal maneira e é tudo tão bem escrito que as vezes me esqueço de que não se trata de algo que realmente aconteceu.

Nesse romance, do lado oriental temos Anahita, uma senhora indiana com 100 anos e toda uma história de vida que vamos conhecendo ao longo do livro. Seu bisneto Ari, a quem ela confia a sua história de vida e que muitos anos depois de sua morte resolve investigar sobre o filho perdido de sua bisavó, que ela lhe pediu no dia de seu aniversário. Do lado ocidental temos Rebecca, uma atriz hollywoodiana que acaba de ser pedida em casamento por Jack que também é ator e famoso em seu meio. Ela está de saco cheio de todos aqueles paparazzi em cima dela e também do fato de Jack usar drogas e vê na oportunidade de estrelar um filme que se passa em Londres uma forma de escapar de tudo isso.

O local escolhido para as gravações do filme é Astbury Hall, ponto onde o passado e presente se misturam e coisas surpreendentes acontecem. Nesse local vive o solitário Lorde Anthony Astbury que assim como a sua propriedade parece ter ficado preso ao passado. Sua bisavó Maud Astbury foi um verdadeiro monstro e faz justiça a imagem de sogra do mal que tanto vemos por aí. O que me faz pensar que se as pessoas não tentassem interferir tanto na vida alheia poderiam ser evitadas muitas coisas ruins que acontecem e o destino das pessoas poderia ser diferente. Mas deixando as minhas reflexões de lado, o texto tem um emaranhado de complexidades maravilhosas de serem lidas. É complicado de escrever sem acabar revelando coisas demais que precisam ser descobertas as longo da leitura, por isso não vou entrar muito em detalhes.

Eu só não compreendi muito bem o título, já que nesse livro a rosa em si não aparece muito e nem tem um papel importante ao meu ver, mas pretendo descobrir. rs Talvez eu tenha voltado muito a minha atenção para outros detalhes e tenha deixado escapar isso.

O final foi maravilhoso e resolveu muito melhor do que eu imaginava a trama e me levou as lágrimas. Apesar de ser um texto cheio de ramificações, além do leitor não ficar perdido com tantas histórias e tantos personagens ao mesmo tempo, a autora conseguiu fechar bem o livro sem deixar nenhuma ponta solta e com tudo explicado. Os livros da autora têm um lugar garantido e especial na minha estante.

Uma ótima notícia é que a autora estará novamente na Bienal de São Paulo esse ano, então leia e dê um pulinho lá para garantir seu autógrafo. Ela é super simpática e adora o Brasil e os leitores brasileiros.