Tesouro Nacional #3: Ganymédes José

21 de maio de 2011

É um autor que me encanta, de verdade. E, neste mês de maio ele estaria fazendo aniversário, caso estivesse vivo. Alguns anos atrás eu escrevi uma simples homenagem, mas como não sei onde está o caderno, fica pra próxima. Eu tive a sorte de encontrar alguns de seus livros numa estante na casa dos meus avós onde ninguém mais mexia, e os livros que um dia pertenceram ao meu pai e tios, hoje são meus. ;)  Encontrei alguns para vender em sebos e feiras, portanto os que eu tenho são idosos..rs Mas é possivel encontrá-los novos para vender, não sei quantos, porém a Editora Moderna tem alguns.

Na minha opinião, vale muito a pena procurar os livros dele para ler. Pelo menos os que eu li, que estarão listados a seguir, recomendo.
  • Um amor do outro mundo
  • A ladeira da saudade
  • Um girassol na janela
  • Oito minutos dentro de uma fotografia
  • Brim Azul
Esses são os que eu me lembro de ter lido, você pode pesquisar outros títulos no site que está no final do post.


Quem é Ganymédes José: "Cronista, ficcionista, poeta, tradutor, teatrólogo, musicista, restaurador de imagens sacras, advogado, professor e até mesmo ilustrador de alguns de seus livros, Ganymédes José escreveu com grande vocação, praticamente, em todo estilo narrativo: policial, non-sense, humor, romântico, histórico, biográfico, paródia... e a safra de seus livros atinge um número maior que 150 títulos, espalhados por diversas casas editorias. 

O leitor sempre tem perguntas em mente: como é que pode? cento e cinqüenta mesmo? como é que se escreve um livro? E Ganymédes José, numa dessas sessões de curiosidade, respondeu que "um livro nasce da forma mais maluca: ou um título, ou uma pessoa, ou um caso, ou um fato, ou um sei-lá. Não tem jeito de explicar pra quem não é maluco como funciona a cabeça dum escritor. É piração total."[13 de setembro de 1984]
E um fato bem curioso: Ganymédes José usava uma boa e velha máquina de escrever (sentia certo pavor diante dos computadores) e, mesmo assim, quando pôde dedicar todo o tempo aos livros, chegou a produzir obras de um dia para o outro. Sobre sua abundante produção, comenta Nelly Novaes Coelho:
"Talvez com certa intuição de que partiria cedo, Ganymédes escreveu em ritmo de avalanche. O que fez com que a "crítica oficial" o considerasse, durante muitos anos, como um escritor menor. O que estava longe de ser verdade e o tempo se encarregou de prová-lo. Escritor de linhagem lobatiana, Ganymédes, como o Mestre Lobato, criou mundo onde as crianças adoram viver. Com a diferença (exigida pelos nossos tempos) de que, em seu mundo, não há individualismos prepotentes (como o de Emília, a grande presença no mundo lobatiano, de raízes nietzschianas). No universo de Ganymédes José as lideranças pertencem a grupos, nunca a um determinado personagem. O bom humor, o riso onipresente na maior parte de suas tramas provém de uma visão de mundo realista, mas otimista e gaiata, que privilegia a vida como o bem mais precioso. Daí suas sátiras às vaidades, preconceitos ou tolices formais que há séculos são cultivadas pela sociedade. Suas narrativas transmitem a certeza de que o essencial é a vida, o amor e que a nossa presença no mundo só adquire valor na medida em que lutamos pelos ideais de fraternidade e justiça. Daí sua predileção pelas existências comuns (e não pelos heróis ou heroínas de exceção...) e pelas situações banais do cotidiano, onde de repente surge o inesperado, o mistério ou o insólito." [Dicionário crítico, 1995: 358]
Entre suas traduções, estão obras da literatura universal, como Kalevala, El Cid, Os 12 Trabalhos de Hércules eVolpone, a Raposa. " 


Obs.: Informações sobre ele retiradas do site: