Identidade roubada

29 de outubro de 2011

Chevy Stevens
Editora Arqueiro
Páginas: 256
Sinopse: "Era para ser um dia como outro qualquer na vida de Annie O’Sullivan. A corretora de imóveis levanta da cama com três objetivos: vender uma casa, fazer as pazes com a mãe e não se atrasar para o jantar com o namorado. Naquele domingo, aparecem poucas pessoas interessadas em visitar o imóvel. Quando Annie está prestes a ir embora, uma van estaciona diante da casa e um homem sorridente vem em sua direção. A corretora tem certeza de que será seu dia de sorte. Mas o inferno está apenas começando. Sequestrada por um psicopata, Annie fica presa durante um ano inteiro em um chalé nas montanhas, onde vive um pesadelo que deixará marcas profundas."

Tem gente que é escolhido a dedo pelo destino: "Essa aí vai se ferrar!", e quando isso acontece você não tem para onde correr.

Antes de começar, gostaria de dizer que algumas pessoas me perguntaram e eu aproveitei o momento para esclarecer: Não é um livro de autoajuda!
O livro é narrado por Annie que tinha a própria casa, carro, era corretora de imóveis, morava com sua cadela Emma e namorava Luke, até que vítima de um sequestro que a fez passar um ano presa com o sequestrador - e nesse tempo sofreu abusos de todos os tipos - sua vida muda drasticamente. Como voltar a sua vida depois disso? Ela frequenta uma terapeuta e é nessas 26 sessões que ela conta a sua história misturando os acontecimentos do passado com os acontecimentos presentes em uma tentativa de recuperar algo que jamais será o mesmo: a sua identidade. 
Foi bom sair daquela linha de romances seguidos que eu vinha lendo e entrar em uma ficção policial, que está mais para terror psicológico - de uma forma positiva. O livro é forte e não é qualquer tipo de pessoa que tem estrutura para esse tipo de leitura - assim como tem outras que não suportam romance, mas cada um com seu gosto. 
Apesar de ser complicado ler todas as coisas horríveis que ela passou, o livro é muito bom (até porque uma coisa não compromete a outra), mas tinha momentos em que eu tive que parar por alguns segundos para assimilar o que havia lido. Eu sei que o tema é abordado de diversas formas e não só em livros, porém, o que aconteceu e as reações que ela teve diante disso tudo foi apresentado de uma maneira singular.
Por ele ser narrado pela Annie, que foi vítima e heroína dessa história, somada a linguagem utilizada pela autora deixa a coisa toda bem real. Você se sente no lugar da terapeuta ouvindo tudo que aconteceu com ela e ao mesmo tempo você visualiza e sente as sensações dela através de como ela apresenta isso na narrativa - o uso de palavrões de de palavras não tão bonitas para nomear coisas contribuem para dar esse toque de realidade.
O desfecho me surpreendeu em todos os aspectos, pois eu realmente não esperava e achei que terminou de uma maneira perfeita (fiquei arrepiada).
Ficou curioso(a)? Se você gosta desse tipo de livros recomendo que leia, e se não experimentou ainda mas tem curiosidade, essa é uma ótima opção para começar.