Mauricio Gomyde Editora: Porto 71 Páginas: 236 |
Sinopse: "Ninguém mais escreve cartas hoje em dia", Marina pensava. Até que um dia uma caiu em suas mãos por engano e mudou o rumo de sua vida. Levou-a ao lugar que ela sempre sonhou. E a conhecer o amor do jeito que nunca imaginou, da forma mais improvável do mundo..."
Esse livro realmente me surpreendeu. Talvez tenha contribuido o fato de eu não ter criado expectativas em cima dele. E refletindo sobre isso eu percebi que é bom, pois você dá a oportunidade pro livro te mostrar o que tem pra oferecer sem ter todo aquele peso, positivo ou negativo, que colocamos nele. E esse título? Muito inspirador. Quando comecei a ler, não esperava nada do que ele me traria a seguir e principalmente as emoções, pensamentos, reflexões... Por um momento eu me esqueci de que a Marina e sua vida não eram reais. E as cartas? Ah, as cartas... Quem não gostaria de algo tão romântico? (Ok, sei que algumas pessoas vão levantar a mão nessa hora. Eu mesma, talvez.) Isso me faz refletir em como a vida sempre arruma um jeito de nos surpreender e as coisas mais improváveis acontecerem. Tudo bem que nos livros é muito mais fácil de acontecer, mas a inspiração vem do mundo real, de experiências vividas, de muitas histórias que estão por aí e nós nem tomamos conhecimento.
A Marina vem de uma família onde a tradição italiana tem um peso grande, mas ela tem um sonho de ser estilista famosa e resolve não seguir o ofício da família para ir atrás do seu sonho. Enquanto fazia sua faculdade de moda e trabalhava nos Correios, ela acaba conhecendo uma pessoa e uma carta chega até ela. Para quem acredita em destino, está aí uma grande prova dele que vai se desenvolver através dos acontecimentos do livro.
Eu posso dizer que é um livro intenso quando se trata da parte das cartas, mas ao mesmo tempo ele tem sua leveza e partes engraçadas (como podem ser vistas nos trechos que eu selecionei) trazidas pelo convívio da nossa protagonista com outras pessoas como um dos irmãos, as amigas, o vizinho adolescente.
É uma leitura muito gostosa, tranquila e intensa ao mesmo tempo. O final dele, apesar de eu ter adivinhado o que aconteceria um pouco antes disso, tem um pouco de mistério e deixou um gostinho de quero mais, pelo menos para saber o que acontece ali. Bem que poderia ter um ou alguns capítulos extras para os leitores, hein!
"- Ué, nada! não quero precipitar as coisas. Quero alguém que tire o meu chão, e ele ainda não consegue isso.Thaís não se conteve:- Ah, vá... Se o problema é tirar o chão, conheço um pedreiro ótimo que tira um chão que é uma beleza. Rápido e limpinho."
"- Hum... É como diria Bob: "Tem horas em que a gente deve absorver."- Bob Marley disse isso?- Bob Esponja."
"- Amiga... - Francesca olhou bem fundo nos olhos da Marina. Na hora em que você menos esperar vai aparecer alguém. Relaxa.- Na hora e no local inesperado... Como diria também aquele manual do romance romântico "é na esquina mais improvável que você topará com seu grande amor" - completou Thaís."
" - E há uma coisa pior, que eu nem contei ainda. Ele é gêmeo.- E daí? Eu sou virgem.- Não tô falando de signo, ô lerdeza."
" - E, por acaso, cantada tem nacionalidade? Pelo olhar dá pra entender as intenções. Homem pensa tudo igual, no mundo inteiro. [...] - filosofou Francesca."