Você tem meia hora

10 de fevereiro de 2012

Camila Nascimento Silva
Editora: Subtítulo
Páginas: 435
Sinopse: "Na noite de réveillon, Bia é abandonada por Arthur, o namorado de três anos com quem já morava há dois e pretendia se casar em um. À beira dos trinta, isso é uma tragédia, pois o que era para dar certo já tinha que ter dado e o que deu errado não dá mais tempo de consertar, ou seja se não se casar até os trinta, Bia estará condenada ao calabouço da solteirice, brigando pelo buquê nas festas de casamento e conhecendo homens que mentem a idade, o estado civil e a foto na internet. Mariana acha que a melhor amiga está exagerando, pois até um pé na bunda te empurra para frente. "Reiventar-se" é A palavra! Porém para isso, Bia precisa ir para o lugar onde todo mundo vai quando dá essas loucas. Londres. E concorrer à vaga de emprego mais disputada do século XXI. Mais será que uma mudança pode mesmo dar certo quando se leva na bagagem uma estória tão mal resolvida?"

Uau, como escrever sobre esse livro? Quando eu gosto muito de um é porque ele mexe muito comigo, e isso torna muito difícil escrever sobre, mas é isso que eu faço e não deixaria de fazer. Apenas um aviso: não terá como não dar spoiler. Sorry! (Quem não quiser ler pule as partes cinzas.)
O livro é lindo, a começar pela capa, e o título instiga a ler. Quando o Arthur faz essa sacanagem com a Bia, ela fica em uma fase muito depressiva que dura tempo demais e isso me incomodou um pouco, mas não sei se era porque eu estava vendo isso acontecer com ela e não podia fazer nada - esse é aquele momento que dá vontade de sacudir a pessoa e gritar: "Acorda!" - ou se foi porque me lembrou um pouco algumas fases minhas. Ainda bem que ela tem Mariana, sua amiga de toda a vida e que trabalha na mesma empresa que ela como aeromoça. A Mari é bem realista, independente e decidida, e é ela que dá os puxões de orelha, conselhos e empurrões que a Bia precisa na vida. É daquele tipo de pessoa que você sabe que poderá contar sempre, independente da besteira que tenha feito.
Eu li o livro enquanto está passando a reprise de Mulheres de Areia na TV, então não tinha como ler sobre as gêmeas Raquel e Ruth e não imaginar a cara da Glória Pires, e não foi nada agradável imaginar o Arthur com ela. O que me passava na cabeça era: "Como ele pôde trocar a Bia pela Glória Pires?" (Nada contra a atriz.)
A ida dela para Londres veio muito a calhar e eu adorei ver as mudanças acontecendo na vida da Bia. Quando a gente vê ou lê sobre isso, dá muita vontade de mudar também, e o melhor de tudo é que em breve acontecerão umas mudanças na minha vida parecidas e isso criou mais expectativas ainda em mim. Já deu pra perceber que eu me identifiquei muito com o livro, né?
Ela conhece muita gente na cidade dos meus sonhos e entre eles estão Olli - amigo brasileiro que é maquiador e muito divertido (todo mundo precisa de um amigo gay *--*) -, Pá - amiga do Ollie, faz parte do mundo da moda e acaba se tornando amiga da Bia também, Dyllan - vizinho de apartamento, muito gato e muito fofo (eu quero uma cópia aqui em casa para ontem).
Apesar dos acontecimentos tristes no final, eu gostei porque isso tornou o livro bem realista. Não estamos livres de coisas ruins acontecerem em nenhum momento e sempre temos uma lição para aprender com tudo que acontece, mesmo quando demoramos mais do que o esperado para captar a mensagem. Aliás, são muitas mensagens que ele passa: superação, encarar novas aventuras, arriscar mais, perdoar, amar mais, libertar-se, valorizar....
Camila, muito obrigada por escrever esse livro lindo. Ah, tenho um recado para você: Quero mais Dyllan!
Foram tantos post-its usados que ficou difícil escolher apenas alguns para colocar nesse post, mas vamos a eles:
" Então, quando finalmente a pizza e a Fanta laranja chegaram me peguei lançando um sorriso cheio de carinho ao garçom porque depois de tanto tempo, era a primeira vez que um homem era gentil comigo. Fiquei tão comovida com o gesto, que uma lágrima quase rolou quando ele me ofereceu ketchup."
" - Não tendo, ora. Ele não terminou com você por causa de uma outra mulher - me senti ligeiramente aliviada com a revelação, mas isto foi só até ouvir o resto da frase - ele terminou por causa de várias."
" - Ele não é um homem qualquer não. - Olli disse com os olhos faiscando de luxúria.-Quero dizer um Homem Havaianas, todo mundo usa."